Apresentação da Crítica #18

A edição da Crítica do primeiro trimestre de 2019 inclui um texto de Mariana Mortágua sobre um tema esclarecedor (como a banca voltou aos lucros, não paga impostos e ainda ficou com o direito de reclamar um financiamento público sobre os impostos que não paga) e um dossier sobre as dificuldades da Zona Euro. O ponto de partida desse dossier é um conjunto de artigos de Viriato Soromenho-Marques e Ricardo Cabral, originalmente publicado em Bruxelas no blog da Fundação Heinrich Böll e inédito em Portugal. Nos vários textos, os dois autores apresentam os pontos fortes e fracos do euro, discutindo em particular as suas fragilidades estruturais, e refletindo sobre os caminhos que têm sido seguidos, tanto do ponto de vista das regras quanto da aplicação das políticas de austeridade. Como Viriato e Ricardo notam, essa evolução cria uma contradição fatal: os mesmos que apresentam como condições essenciais para o sucesso do euro algumas medidas de expansão orçamental e de convergência social intra-europeia, batalham para impedir que essas condições sejam aceites e, pelo contrário, promovem as formas mais eficazes de divergência e desigualdade. Assim, perante os sintomas da sua crise, o euro agrava as condições da crise.

Essas contribuições são depois discutidas em dois textos, de Alexandre Abreu e de Vicente Ferreira. Eugénio Rosa apresenta um estudo sobre os vinte anos do euro, e estuda com cuidado os seus impactos em Portugal.

Finalmente, José Belmiro Alves discute o crime e a economia da contrafação.